Artigo – Virtualização nua e crua os verdadeiros riscos da promissora tecnologia
Wagner Tadeu é Vice-presidente da Symantec para América Latina
SÃO PAULO [ ABN NEWS ] — A virtualização está rapidamente ganhando força nos departamentos de TI em todo o mundo. Segundo uma pesquisa da Symantec, 76 por cento das empresas globais estão, pelo menos, discutindo a virtualização. No contexto da atual recessão, os benefícios são muito valiosos para que as empresas os ignorem. A virtualização pode reduzir as despesas de capital/operacionais, permitir a implantação mais rápida de recursos computacionais e facilitar o gerenciamento dos processos de negócios. Aplicável a mais do que simplesmente servidores, a virtualização está se tornando mais comum entre diferentes aplicações de TI, incluindo armazenamento e desktops. No entanto, apesar das incursões que a tecnologia tem feito nos datacenters, as organizações estão relutantes em virtualizar aplicações críticas para os negócios.
De acordo com a mesma pesquisa, entre as organizações de todo o mundo que estão implementando a virtualização de servidores, mais de 50 por cento planejam implementar a virtualização de aplicações Web e de banco de dados. Porém, quando se trata de aplicações essenciais para os negócios, 40 por cento dos CEOs e 42 por cento dos CFOs relutam em dar esse passo. A preocupação mais comum que impedem as empresas de fazer essa transição é a confiabilidade, citada por 78 por cento dos entrevistados.
Desafios da Virtualização
Uma mudança bem sucedida para um datacenter virtualizado exige que as metas de redução de custos e de alta disponibilidade sejam atingidas. Orçamentos apertados significam atualmente equipes reduzidas e recursos limitados nos departamentos de TI; e a redução de custos só pode ser percebida se o período de atividade das aplicações permanecer o mais longo possível. Para uma empresa típica, o objetivo de tempo de recuperação (Recovery Time Objective – RTO, o máximo admissível que uma aplicação essencial para os negócios pode ficar inativa) é menos de uma hora. Em alguns casos, não mais que alguns minutos podem ser tolerados porque o período de inatividade pode significar milhões de dólares em receitas perdidas ou queda de produtividade dos profissionais. Para atender a essas necessidades, a equipe de TI deve estar ciente dos seguintes desafios inerentes a um ambiente virtualizado:
Pontos de Falha Consolidados – A virtualização pode aumentar os riscos de disponibilidade por consolidar os pontos de falha em menos servidores. Além disso, são introduzidas novas complexidades para garantir a alta disponibilidade das aplicações críticas para os negócios, como Exchange Server, SQL, SAP e Oracle implantados em uma combinação de nós de servidores físicos e virtuais. Por exemplo, uma aplicação ERP pode ter componentes de middleware em execução em um servidor virtual, mas possuir banco de dados subjacente em um servidor físico. Essa combinação de maior complexidade e o fato de “colocar todos os ovos na mesma cesta” podem levar a pontos de falha capazes de interromper as operações de negócios se não forem corrigidos.
Limitações de Visibilidade – Um risco adicional inerente à virtualização é a falta de visibilidade das aplicações virtualizadas para fins de resolução de problemas. Quando os componentes da aplicação, como o sistema operacional e os drivers, são encapsulados para facilitar a portabilidade, o resultado é a menor visibilidade sobre o estado desses componentes.
Falha Humana – Como as várias ferramentas de diferentes fornecedores aumentam a complexidade do gerenciamento, é mais provável ocorrer falha humana com sistemas virtualizados. Essa probabilidade aumenta porque muitas ferramentas de alta disponibilidade são incapazes de monitorar a integridade das aplicações de forma razoável. De acordo com o Uptime Institute, uma empresa de pesquisa e consultoria com sede em Nova York que estuda o desempenho dos datacenters, a falha humana causa aproximadamente 70 por cento dos problemas que atingem os datacenters.
Tenha uma abordagem proativa
A fim de minimizar esses riscos e garantir a alta disponibilidade das aplicações, as equipes de TI devem estudar cuidadosamente a abordagem para a virtualização. Ao adotar uma abordagem proativa para o gerenciamento das aplicações, em vez de simplesmente reagir aos problemas quando eles ocorrem, você elevará significativamente os períodos de atividade, evitando transtornos antes que eles aconteçam.
Encontrar o software de gerenciamento correto é a maneira mais simples para garantir a alta disponibilidade, mas a maioria das soluções dos fornecedores de virtualização não atende por completo ao escopo das necessidades das organizações.
Quando estiver considerando a implementação de uma solução abrangente de alta disponibilidade, leve em conta as seguintes características:
Amplo suporte: Procure uma solução que ofereça suporte não apenas para o hardware, mas também para os diferentes sistemas operacionais que você usa, incluindo Unix, Windows, Linux e plataformas virtuais, bem como para a ampla variedade de configurações heterogêneas de hardware. Implementar uma solução para todas as plataformas reduzirá a complexidade e aumentará a confiabilidade, com o benefício extra de minimizar os custos relacionados com o treinamento e administração.
Recuperação automática de falhas: Uma solução eficaz detecta falhas nas aplicações e em todos seus componentes dependentes, incluindo o banco de dados associado, o sistema operacional, a rede e os recursos de armazenamento. No caso de paralisação, a solução deve ser capaz de reiniciar a aplicação, conectá-la aos recursos apropriados e retomar as operações normalmente.
Testes automáticos de recuperação de desastres: Com servidores e aplicações em constante mudança, é essencial manter testes regulares da estratégia de recuperação de desastres para garantir uma recuperação bem sucedida no caso de paralisações de um sistema ou de toda a instalação. Testes sem interrupção são necessários para manter a produtividade enquanto se identificam possíveis problemas.
Gerenciamento e relatórios multicluster: A visibilidade é um dos objetivos mais importantes na virtualização, mas continua sendo difícil alcançá-la. Os administradores precisam ser capazes de monitorar, gerenciar e gerar relatórios sobre vários clusters em diferentes plataformas, idealmente a partir de um único local. As ferramentas adequadas para emissão de relatórios também facilitam a resolução de problemas e simplificam as operações dos sistemas virtualizados.
Ponderando todos esses desafios, podemos concluir que atualmente o risco de inatividade de aplicações críticas para os negócios impedem muitas empresas de explorar todos os benefícios da virtualização. Embora existam maiores riscos devido à consolidação dos recursos e à falta de visibilidade, eles podem ser gerenciados por meio da implementação de uma solução de virtualização com recursos avançados. Ao automatizar tantos processos quanto possível e melhorar a visibilidade sobre as aplicações virtualizadas, as empresas podem evitar armadilhas e aproveitar o aumento da produtividade e da eficiência no datacenters.
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